Projeto de Lei 'Anti-Oruam': Debate Sobre Arte e Segurança no Brasil

Projeto de Lei 'Anti-Oruam': Debate Sobre Arte e Segurança no Brasil

Controvérsias do Projeto de Lei 'Anti-Oruam'

O projeto de lei chamado de 'Anti-Oruam' tem gerado um furacão de debates e controvérsias no cenário político brasileiro. A proposta, que busca eliminar o financiamento público para artistas que de alguma forma glorifiquem o crime organizado ou o uso de drogas, esbarra em críticas vorazes. O Código Penal Brasileiro já cobre a glorificação do crime sob o Artigo 287, que penaliza a apologia ao crime, isto é, o ato de louvar publicamente atos ou autores de crimes.

Além disso, a improbidade administrativa se aplica às situações em que gestores públicos usam fundos para apoiar qualquer forma de glorificação criminal. O projeto 'Anti-Oruam' tem como alvo especificamente músicos de comunidades marginalizadas, como os gêneros de rap e funk, trazendo à tona o exemplo de Oruam, um rapper cujo pai foi envolvido com o crime organizado. Essa iniciativa, encabeçada pela vereadora de São Paulo Amanda Vettorazzo e pelo deputado federal Kim Kataguiri, vem sendo replicada em pelo menos 14 cidades, alcançando inclusive o Congresso.

Críticas e Implicações Políticas

Críticas e Implicações Políticas

Daniel Raizman, acadêmico da UFF, juntamente com outros juristas, questiona a necessidade de novas leis quando a legislação vigente já cobre esses aspectos. Ele sugere que o movimento, além de desnecessário, é impulsionado por interesses políticos. Por outro lado, os defensores argumentam que a proposta visa proteger a segurança pública, contrapondo a liberdade artística.

Essas discussões, no entanto, ressoam como tentativas de censura, dizem os críticos, especialmente pela tendência do projeto de atingir músicas que dão voz a comunidades já marginalizadas. A variação nos escopos dos projetos municipais também chama atenção; enquanto Paraíba propõe atingir todas as faixas etárias, outras regiões focam em públicos jovens.

Enquanto o debate continua, fica claro que o 'Anti-Oruam', mais do que abrir discussões sobre segurança pública, toca em questões profundas de liberdade de expressão e o papel da arte em sociedades complexas como a do Brasil.