Neymar fora contra o Internacional: Santos enfrenta crise sem seu astro no Beira-Rio

Neymar fora contra o Internacional: Santos enfrenta crise sem seu astro no Beira-Rio

O Neymar não jogará contra o Sport Club Internacional no Beira-Rio — e a ausência do camisa 10 do Santos Futebol Clube pode ser o golpe mais duro na luta contra o rebaixamento. A decisão, anunciada na manhã de domingo, 23 de novembro de 2025, foi tomada pelo departamento médico do clube após o jogador sentir desconforto no joelho esquerdo durante o empate em 1 a 1 contra o Mirassol, em 20 de novembro. Mesmo marcando um gol aos 4 minutos e permanecendo em campo por mais de uma hora, Neymar deixou o gramado com ojoelho inchado. Não é lesão confirmada — é prevenção. E nesse momento, prevenção é um luxo que o Santos não pode se dar, mas que não pode ignorar.

Um jogador, um peso financeiro e uma equipe sem chancela

Neymar, de 33 anos, voltou ao Santos em janeiro de 2025 após deixar o Al-Hilal da Arábia Saudita. A volta foi celebrada como um resgate simbólico, mas a realidade esportiva e financeira é bem mais dura. O clube paga a ele um salário equivalente ao de cinco jogadores comuns — e ainda desembolsou R$ 85 milhões à empresa NR Sports, administrada por Wagner Ribeiro, pelos direitos de imagem. O valor não foi reduzido na renovação de contrato, em junho. O Conselho Fiscal do Santos, em relatório de 15 de novembro, já apontou: "Neymar não rendeu o suficiente pelo valor que recebe". E os problemas físicos recorrentes, como o atual inchaço no joelho, só agravam o cenário.

Decisão médica: preservar ou arriscar?

O médico-chefe do Santos, Dr. Carlos Alberto Silva, e o coordenador médico, Dr. Fernando Alves, optaram por não arriscar. "A estratégia é clara: garantir que Neymar volte 100% para as rodadas finais. O medo é que um pequeno inchaço vire uma lesão que o tire da próxima temporada", disse uma fonte próxima à equipe médica ao portal Minha Fofoca. O jogador não viajou com o elenco, não treinou em campo no sábado, 22, e só fez trabalho na academia sob supervisão do fisioterapeuta Lucas Mendes. A comissão técnica, comandada por Vanderlei Luxemburgo, avaliou a possibilidade de levá-lo a Porto Alegre, mas a decisão final foi unânime: não relacionar.

A situação na tabela: o fantasma da Série B

O Santos está na 17ª posição, com 37 pontos em 34 jogos — dentro da zona de rebaixamento. O Internacional, por sua vez, tem 40 pontos e ocupa a 15ª colocação. Um empate, ou pior, uma derrota, pode significar o fim da esperança de escapar da Série B. Sem Neymar, o ataque do Santos perde sua principal ameaça. Nos últimos cinco jogos, o time marcou apenas três gols — e dois deles foram dele. A escalação provável, segundo o GE/Globo, inclui Gabriel Brazão no gol; Igor Vinicius, Adonis Frías e Luan Peres na defesa; Willian Arão e João Schmidt no meio; Zé Rafael, Rollheiser (ou Guilherme) e Barreal como meias; e Lautaro Díaz como centroavante. Mas Díaz, por mais talentoso que seja, não é Neymar. Não tem o mesmo peso, nem a mesma capacidade de decidir em momentos críticos.

Próximos compromissos: uma janela de esperança

Próximos compromissos: uma janela de esperança

A boa notícia é que o retorno de Neymar parece próximo. O departamento médico espera tê-lo disponível para o jogo contra o Sport Club do Recife, na Vila Belmiro, na sexta-feira, 28 de novembro de 2025. Depois disso, o Santos enfrenta o Esporte Clube Juventude, em Caxias do Sul, em 3 de dezembro, e encerra a temporada contra o Ceará Sporting Club, na Arena Castelão, em 7 de dezembro. Três jogos. Três oportunidades. Sem Neymar, o Santos precisa de resultados imediatos. Com ele, talvez ainda tenha chance. Mas será que o clube ainda tem tempo?

Pressão externa e interna: o custo de um mito

O presidente Marcelo Teixeira enfrenta pressão de todos os lados. Torcedores pedem que Neymar jogue, mesmo doente. A mídia questiona o investimento. O Conselho Fiscal exige transparência. E o próprio jogador, em entrevista recente, admitiu: "Sinto que não estou dando o retorno que mereço". O problema não é só físico. É de expectativa. O Santos vive de nostalgia, mas precisa de sobrevivência. E o futebol moderno não perdoa quem não se adapta.

Como o Santos pode sobreviver sem Neymar?

Como o Santos pode sobreviver sem Neymar?

A resposta está no coletivo. Willian Arão precisa ser mais ofensivo. Zé Rafael, o jovem meia de 21 anos, tem que assumir a responsabilidade. Lautaro Díaz, o argentino, precisa de mais liberdade e mais bolas na área. E o técnico Vanderlei Luxemburgo, experiente, mas cansado, terá que reinventar o time em menos de 48 horas. Não há milagre. Mas talvez, só talvez, um milagre seja possível — se o time jogar como se cada bola fosse a última.

Frequently Asked Questions

Por que o Santos não arriscou deixar Neymar jogar contra o Internacional?

Apesar de não haver lesão confirmada, o inchaço no joelho esquerdo de Neymar é recorrente e já o afastou de outros jogos importantes. O departamento médico, liderado por Dr. Fernando Alves, priorizou a prevenção de uma lesão mais grave que poderia tirá-lo da próxima temporada. O custo financeiro de um longo afastamento — somado à pressão de patrocinadores — supera o risco de um único jogo.

Quais são as consequências financeiras da ausência de Neymar para o Santos?

O clube paga R$ 85 milhões à NR Sports pelos direitos de imagem de Neymar — um valor fixo, mesmo sem desempenho. Além disso, seu salário equivale ao de cinco jogadores comuns. Se o time for rebaixado, a venda de direitos de transmissão cai drasticamente, e o retorno sobre esse investimento se torna inviável. O Conselho Fiscal já pediu uma reavaliação do contrato.

Quem pode substituir Neymar no ataque do Santos?

Lautaro Díaz é a principal opção, mas ele é mais um finalizador do que um criador. Zé Rafael, o jovem meia, pode ser liberado para atuar como falso 9. O técnico Vanderlei Luxemburgo também pode recorrer a Guilherme ou Rollheiser em funções mais ofensivas. Mas nenhum deles tem a capacidade de mudar o jogo com uma jogada individual — o que Neymar fazia.

Qual é o calendário do Santos após a partida contra o Internacional?

Após o duelo no Beira-Rio, o Santos enfrenta o Sport-Recife em 28 de novembro, o Juventude em Caxias do Sul em 3 de dezembro e encerra a temporada contra o Ceará em 7 de dezembro. Três jogos, todos fora de casa, exceto o primeiro. A pressão é enorme — e a ausência de Neymar torna cada ponto ainda mais difícil de conquistar.

O que acontece se o Santos for rebaixado sem Neymar?

A saída de Neymar se tornaria quase certa. O clube não conseguiria sustentar seu salário na Série B, e os direitos de imagem perderiam valor. Além disso, a imagem do clube sofreria um impacto duradouro. O Santos, que viveu glórias com Pelé, corre o risco de se tornar um símbolo de má gestão — e não de tradição.

Há precedentes de clubes que perderam astros e ainda escaparam do rebaixamento?

Sim. Em 2022, o Atlético-MG perdeu Richarlison para a Europa na reta final, mas se reorganizou coletivamente e terminou em 4º. Em 2019, o Vasco, sem Romarinho, se salvou com um time coeso e defesa sólida. O que falta ao Santos hoje não é talento, mas unidade. E isso, só o técnico Vanderlei Luxemburgo pode construir — em menos de uma semana.