A perseguição a Oswald e o clima tenso em Dallas
Na manhã de 22 de novembro de 1963, o cenário em Dallas se transformou do entusiasmo pela visita presidencial ao pânico. Após os disparos fatais contra John F. Kennedy durante o percurso da comitiva, a polícia se colocou em alerta máximo, e todos os olhares se voltaram para o prédio do Texas School Book Depository. Ali trabalhava Lee Harvey Oswald, apontado como o principal suspeito após o encontro do rifle utilizado e cápsulas compatíveis com os tiros contra o presidente.
Enquanto a multidão se espalhava em busca de respostas, Oswald deixava o edifício na surdina. Horas depois, matou o policial J.D. Tippit—um crime que selou seu destino, já que a descrição do suspeito circulava pelo rádio e a caça ao homem ficou acelerada. Oswald tentou se esconder no Texas Theatre, mas, por volta das 13h50, foi encontrado e dominado após breve confronto. A prisão de Oswald foi recebida com alívio tenso: o suspeito do crime contra o Presidente estava sob custódia, mas o roteiro desse drama estava longe do final.

O tiro de Jack Ruby: morte de Oswald diante das câmeras
Dallas vivia dias de comoção nacional e histeria da imprensa. Dois dias após o assassinato de Kennedy, a transferência de Oswald para outra prisão virou espetáculo midiático. Quando o suspeito foi trazido sob forte escolta, jornalistas, policiais e cinegrafistas encheram o porão da delegacia. De repente, Jack Ruby, um conhecido dono de boate local, rompeu a multidão, sacou um revólver .38 e atirou à queima-roupa no abdômen de Oswald—tudo em transmissão ao vivo para os Estados Unidos incrédulos.
Oswald morreu pouco depois no mesmo hospital onde Kennedy havia sido declarado morto. O atirador, Jack Ruby, alegou agir movido pela dor, tentando poupar Jackie Kennedy do sofrimento de ver o julgamento do acusado em público. Poucos acreditaram no gesto impulsivo, e a teoria de uma possível conspiração logo ganhou espaço tanto entre autoridades como na opinião pública.
O FBI concluiu que Oswald agiu sozinho, apoiando-se em exames balísticos e na ausência de provas concretas de cúmplices diretos. Mas, em 1979, o Comitê da Câmara dos EUA olhou novamente para o caso e citou indícios sonoros que sugeririam outro atirador. Esse laudo não encerrou dúvidas, alimentando livros, documentários e até debates familiares décadas depois. A morte de Ruby na cadeia, em 1967, sem esclarecer suas motivações no tribunal, só ampliou o mistério.
Nem todos os personagens centrais puderam contar suas versões. O assassinato de Oswald—em plena televisão, sob vigilância policial—desacreditou o discurso oficial para parte dos americanos. Aqueles dois dias em Dallas reforçaram dúvidas profundas sobre o crime que chocou o mundo, e fizeram do caso JFK talvez o maior enigma da política moderna.