Como a frente fria chegou ao território nacional
Na madrugada de 2 de janeiro, um sistema frontal originado na região Sul começou a se deslocar para o Sudeste. Esse movimento marca o fim da zona de convergência do Atlântico Sul (ZCAS) que esteve presente ao longo de 2024, quando grande parte do país vivia chuvas contínuas. Com o ar frio avançando, a convergência de umidade diminuiu, mas um novo canal de umidade se formou sobre o centro‑norte do Brasil, alimentando ainda mais as precipitações.
O frente fria traz consigo massas de ar mais gelado, que ao encontrarem a umidade presente nas camadas inferiores geram pancadas de chuva de curta duração, porém intensas. Nas regiões do Sul, a temperatura já caiu cerca de 5 °C em comparação com a manhã anterior, sinalizando a mudança de regime climático.
Efeitos nas principais regiões do país
No Sudeste, o avançar da frente está associado a instabilidades que aumentam o risco de chuvas fortes, principalmente em áreas de relevo como a Serra da Mantiqueira. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro já registram alertas de temporal, com possibilidades de alagamentos em áreas de risco.
O Centro‑Oeste, que ainda sente os efeitos da ZCAS, agora enfrenta um quadro de chuvas intensas nas áreas de cerrado. O monitoramento indica que o risco de ventos fortes acompanha as precipitações, potencializando a queda de galhos e danificando telhados.
No Norte, a nova canal de umidade alimenta a formação de nuvens de desenvolvimento rápido, favorecendo granizo e chuvas de curto período, especialmente nas áreas próximas ao Rio Amazonas.
Os serviços meteorológicos mantêm os alertas de chuva forte vigentes até que a frente fria complete seu percurso pelo território, o que deve ocorrer nos próximos três a quatro dias, dependendo da velocidade de deslocamento. Enquanto isso, a população é aconselhada a evitar deslocamentos desnecessários nas áreas críticas e a manter os objetos externos bem presos.